A Tradição do Cavalo Baio: Herança do Exército desde 1889

A Tradição do Cavalo Baio: Herança do Exército desde 1889

Explore a história e tradição do cavalo baio no Exército Brasileiro, símbolo da Proclamação da República e legado preservado até hoje.

Desde a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, o cavalo Baio se tornou um símbolo de honra e tradição dentro do Exército Brasileiro. Este cavalo, de pelagem amarelada e crina branca ou preta, acompanhou o Marechal Deodoro da Fonseca em um dos momentos mais emblemáticos da história do Brasil e, desde então, é preservado como parte da cultura militar do país.

A continuidade dessa tradição é vista até hoje, especialmente no 1º Regimento de Cavalaria de Guarda, conhecido como Dragões da Independência, onde um cavalo baio é cuidadosamente mantido e tratado para representar o legado da Proclamação.

A Origem do Cavalo Baio na Proclamação da República

O cavalo Baio entrou para a história no dia da Proclamação da República, quando o Marechal Deodoro, mesmo adoentado, decidiu montar para liderar o movimento que resultaria no fim da monarquia e no início da república brasileira. A escolha pelo cavalo baio não foi planejada: ele era o animal disponível no Campo de Santana, no Rio de Janeiro, para que o marechal realizasse sua jornada até o local onde proclamaria a nova ordem. A partir daquele momento, o cavalo baio ganhou notoriedade e passou a ser associado à bravura e à liderança.

Henrique Bernadelli, um dos renomados pintores brasileiros, imortalizou a cena em sua obra “A Proclamação da República”, que mostra Deodoro montado no cavalo baio. A imagem tornou-se um ícone e simbolizou o cavalo como herói involuntário e testemunha da história. Após o evento, o cavalo foi recompensado com a aposentadoria e viveu confortavelmente em um estábulo, simbolizando a importância do animal para o Exército e para o país.

A Continuidade da Tradição: O Cavalo Baio no Exército Brasileiro

Hoje, o cavalo baio é cuidadosamente escolhido e preparado pelo Exército para servir como símbolo da tradição republicana no 1º Regimento de Cavalaria de Guarda, em Brasília. Esse regimento, conhecido como Dragões da Independência, é responsável pela segurança presidencial e realiza cerimônias que reforçam o valor histórico da instituição. O cavalo baio é montado exclusivamente pelo comandante do regimento e participa de eventos oficiais como o desfile de 7 de setembro e as cerimônias de posse presidencial, sempre vestido com adornos de gala e sob os olhares atentos do público.

Além disso, o Baio é tratado com o mais alto padrão de cuidados no regimento, tendo seu “escritório” próprio, que inclui um estábulo decorado com plaquinha de identificação e um espaço reservado para ele. Ele recebe uma alimentação balanceada, além de produtos específicos para o cuidado de sua crina e pelagem, que ressaltam o brilho e a beleza característicos da raça baia. Toda essa dedicação garante que o Baio esteja sempre em perfeitas condições para os eventos e honre o título de “comandante de quatro patas”.

O Treinamento e os Cuidados Especiais do Baio

Para que esteja sempre apto a representar o Exército nas cerimônias, o cavalo baio passa por treinamentos regulares. Duas vezes por semana, ele é treinado pelo próprio comandante, que mantém o condicionamento físico do animal. Nos demais dias, o Baio realiza atividades leves, como marcha e trote, para manter a forma e a disposição.

Os cuidados com o cavalo baio vão além da saúde física. O comandante do regimento e os soldados responsáveis criam um vínculo com o animal, zelando por seu bem-estar e conferindo se ele passou bem a noite. A rotina começa com um “bom dia” para o Baio, gesto que reflete o carinho e o respeito com que é tratado. Essa relação próxima reforça a importância simbólica e afetiva do cavalo dentro do regimento.

 

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A Preservação Genética e a Escolha do Baio

O Exército segue critérios rigorosos para selecionar o cavalo baio que servirá no regimento, priorizando características físicas semelhantes ao original montado por Deodoro. Para isso, cruzamentos seletivos são realizados, buscando manter a pelagem amarelada e a crina de tons específicos. A linhagem de cavalos baios continua a ser cuidadosamente cultivada, respeitando-se a herança genética e as características que tornaram esse cavalo único e especial.

Cada cavalo baio do regimento é identificado com um número específico, mantendo o simbolismo do cavalo número 06 montado por Deodoro. Essa tradição rigorosa garante que o cavalo continue a representar o espírito de liderança e compromisso do Exército Brasileiro com sua história e com os valores que simbolizam a república.

O Futuro dos Cavalos Baios no Exército Brasileiro

À medida que o cavalo baio envelhece, o Exército se compromete a garantir um final de vida digno para esses animais que tanto serviram ao país. Eles são aposentados e passam a receber cuidados geriátricos, vivendo em estábulos preparados para essa fase da vida. A preservação dos cavalos baios reflete o respeito e o reconhecimento do Exército pelos serviços prestados, reforçando o compromisso de cuidar de seus símbolos até o fim.

O cavalo baio não é apenas um animal; ele é um símbolo vivo da história do Brasil, da tradição republicana e da continuidade dos valores do Exército. A cada cerimônia, o Baio reforça a importância de preservar nossa história e de honrar aqueles que contribuíram para a construção do país. Ao longo dos anos, ele continua a encantar e a inspirar todos que têm a oportunidade de testemunhar sua imponência nas celebrações oficiais.

A tradição do cavalo baio no Exército Brasileiro é uma herança viva que remonta à Proclamação da República em 1889. De Marechal Deodoro da Fonseca ao presente, o cavalo baio representa o compromisso com a história e o respeito aos valores republicanos. Essa reverência ao passado também é refletida em marcas como a Piteira, que compartilham do mesmo compromisso de preservar e valorizar a tradição. Com produtos de montaria que carregam a qualidade e a resistência centenária, a Piteira reforça o vínculo com as raízes culturais do Brasil, homenageando a história e a identidade rural que definem o orgulho de ser brasileiro.

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